A teologia das últimas coisas (escatologia) não é apenas um conjunto de especulações sobre o futuro, mas uma doutrina que molda nossa identidade, esperança e ética no presente. Ela revela o clímax do plano redentor de Deus, onde justiça, glória e restauração se encontram. Vejamos três pilares fundamentais, com base nas Escrituras:
A esperança central da escatologia é a volta de Jesus em glória (Atos 1:11). Paulo descreve esse evento como um triunfo cósmico: “O próprio Senhor descerá do céu com alarido, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus” (1 Tessalonicenses 4:16). A Parúsia não é apenas um fim, mas a vitória definitiva sobre o mal (1 Coríntios 15:24-26). Cristo, como Juiz e Rei, encerrará a era atual e inaugurará a plenitude do Reino (Apocalipse 19:11-16). Isso nos exige vigilância (Mateus 24:42) e fidelidade, pois nossa vida será revelada diante dEle (2 Coríntios 5:10).
Profundidade Teológica: A Parúsia é a manifestação da teleologia (propósito final) da criação. Toda a história caminha para o dia em que “Deus será tudo em todos” (1 Coríntios 15:28). A expectativa desse dia purifica a Igreja: “Todo aquele que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo” (1 João 3:3).
A Bíblia enfatiza um julgamento universal, onde todas as obras serão reveladas (Apocalipse 20:12-13). Daniel já profetizara: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno” (Daniel 12:2). Esse julgamento não é arbitrário, mas fundamentado na justiça de Deus (Romanos 2:5-6) e na resposta humana à graça revelada em Cristo (João 5:24).
Profundidade Teológica: O juízo expõe a antítese entre os que estão “em Adão” e os que estão “em Cristo” (1 Coríntios 15:22). A cruz torna-se o divisor: “Quem crê nEle não é condenado; mas quem não crê já está condenado” (João 3:18). A doutrina do juízo desafia-nos ao arrependimento e à proclamação urgente do Evangelho (2 Coríntios 5:11).
A escatologia não termina com destruição, mas com renovação. Deus promete “novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pedro 3:13). Apocalipse 21:1-5 descreve a Jerusalém celestial, onde “não haverá luto, nem pranto, nem dor”. Essa visão não é uma fuga da materialidade, mas a redenção da criação (Romanos 8:21), onde o relacionamento entre Deus e a humanidade é restaurado (Apocalipse 21:3).
Profundidade Teológica: A ressurreição corporal (1 Coríntios 15:42-44) e a nova criação revelam o propósito do integral de Deus: salvar pessoas e restaurar o cosmos. Isso refuta visões dualistas (que desprezam a matéria) e convida-nos a viver como agentes de redenção já (Colossenses 3:1-2).
A escatologia bíblica não é motivo para medo ou curiosidade triste, mas um chamado à santidade, esperança ativa e compromisso com a missão. Como escreveu Paulo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Coríntios 15:58). Que nossa vida proclame: “Ora vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20).
Referências Principais:
Que esta mensagem fortaleça sua fé e inspire uma vida alicerçada na certeza de que que a palavra de Deus se cumpre.